quinta-feira, 21 de abril de 2016

HINÁRIO NACIONAL



Por André Betioli 

Temos aqui mais um título do quadrinista nacional Marcello Quintanilha, e como os seus trabalhos anteriores, este daqui também não decepciona. Em suas obras o autor tem a incrível capacidade de retratar coisas do cotidiano, situações extremamente banais, que por muitas vezes passam desapercebidas por nossos olhos, e das quais ele consegue captar estes acontecimentos e colocá-los ali em evidência, com muita qualidade, fazendo com que assim  notemos o quão é importante e relevante tudo aquilo que nos cerca.


Em Hinário Nacional não é diferente, e Quintanilha mais uma vez consegue expor o comum e corriqueiro aos nossos olhos, fazendo nós leitores, refletirmos um pouco sobre nossas vidas. Nesta obra temos alguns contos separados, cada qual com o seus respectivo título e narrativa e alguns destes acabam por se entrelaçar. O principal tema aqui é a retratação de sentimentos muito íntimos de seus personagens, em especial alguma dor, trauma, aceitação em suas vidas e relacionamentos. Sonhos perdidos, estupro, aceitação sexual, violência, são alguns dos temas abordados.

Para os leitores que já conhecem as outras obras do autor, com certeza já vão reconhecer o estilo dele ali, a sua assinatura tanto na na arte quanto na narrativa. Para quem não o conhece, pode ocorrer uma leve "estranheza" no início, pois Quintanilha usa muito da linguagem coloquial, para deixar os personagens mais próximos das pessoas que encontramos por aí em nossas vidas. Aqui também ele utiliza basante analogias e metáforas para exemplificar os dramas de seus personagens.


Finalizando, Hinário Nacional é uma grande obra dos quadrinhos, capaz de entreter e refletir, já que ela serve de alerta para muitas coisas que estão próximas de nós e que deixamos passar. Para quem já conhece os trabalhos anteriores de Quintanilha, ou para quem quer algo um pouco diversificado e de qualidade, este é um quadrinho que o leitor não pode deixar de ler. Recomendadíssimo.

2 comentários:

  1. Gosto do cara. Mas às vezes acho que ele anda superestimado. Num ponto concordo totalmente contigo: é uma boa HQ para sair do lugar-comum.

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